sexta-feira, 23 de março de 2012

SER DEPUTADO  SEM  SER  VOTADO
                                                       José Augusto de Castro e Costa

      A reforma política é, indubitavelmente, uma das mais importantes revisões estruturais a ser levada a efeito no país.   Isto porque é a política não apenas uma atividade para alcançar determinados objetivos de grupos ou resolver conflitos, mas para acolher de diversas outras fontes uma multiplicidade de interesses da sociedade. Nela reside a ciência concernente ao Estado, aos negócios públicos, ao ambiente público, aos meios, ao comércio, à indústria, às rendas, à economia, ao ensino, ao sistema monetário, à história, à geografia e à geopolítica (ao povo, às terras, aos rios, à flora, à fauna, à área marítima, ao espaço aéreo). É, por conseguinte, uma atividade vital na qual devem abrigar-se a esperança e os anseios de uma nação. É da política que são esperadas as devidas providências para o equilíbrio, a sobrevivência e a dignidade da pátria.
     A história da política brasileira chega a ser, sim, ao mesmo tempo, algo preocupante e bizarro em alguns aspectos. Para não fugir à “regra” de que em todas as histórias há controvérsias, na história da política do Brasil também há. Por tratar-se de um país novo,  influenciado por culturas extrínsecas, muitos atos do nosso comportamento político têm mais de uma versão, sobressaindo-se, sempre, a mais vantajosa ou pelo menos a mais aceitável, conduta que parece ser remanescente de nossos colonizadores.





     Sobre a Independência do Brasil, segundo o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, testemunha ocular da cena, o Imperador D. Pedro I jamais proferiu a célebre expressão“ Independência ou Morte”.  Na verdade, segundo o padre, o príncipe recebeu a tal correspondência vinda de Lisboa com exigências para ele inaceitáveis.
     Ao tomar ciência do conteúdo, atirou os papéis no chão e os pisoteou. Em seguida disse ao padre Belchior: “Nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal. Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil”.
     Brota daí a política brasileira, com vistas à primeira Constituição, onde mentes férteis começaram a arquitetar vantagens próprias, visando interesses pessoais em detrimento aos do país, condicionando , anos depois, a democracia habilitar as maiorias a concretizarem  esses interesses. E vemos,  a partir de então, nossa história política robustecer-se com fatos mirabolantes que vão da “lei do dedo sujo” a “curral”, “cabresto”, “boto tucuxi”, “fósforo”, etc. etc.


     Lembremo-nos de que o feito da Proclamação da República pode muito bem enquadrar-se  em graciosamente original: um Comandante ´”é levado à presença da tropa para sugerir, pessoalmente, uma revolta militar contra o Governo. Em seguida é-lhe trazido em cavalo no qual, ao montá-lo, profere a frase inaudível “ Viva a República”. Apea-se do cavalo  e retorna à sua residência para, por ser asmático, recuperar-se de uma crise de dispneia. Os demais republicanos (oficiais e civis), em seguida, encarregam-se  das  providências  a serem tomadas.
     Revendo-se as regras eleitorais brasileiras deparamo-nos com  questões complicadíssimas, quais sejam as referentes  ao coeficiente
eleitoral  e ao voto proporcional, tal qual ocorreu em 2002, quando um pequenino partido – PRONA – elegeu cinco deputados com os 1.573.112 votos de um só candidato, Enéas Carneiro, acreano de nascimento.
     Em 1945 ocorreu um fato, talvez o primeiro de consequências esquisitas, semelhante ao de 2002.  O político Hermelindo Castelo Branco foi eleito deputado federal pelo então Território do Acre de forma totalmente ignorada pelos eleitores, porém, perfeitamente constitucional.
     Nem ele pode votar  em si mesmo, uma vez que à  época encontrava-se  viajando pelo Rio de Janeiro. Contudo, elegeu-se na cola de um colega de partido (PSD), Hugo Ribeiro Carneiro, que obteve mais de 70% dos votos válidos.
     Como só havia duas vagas   e o partido conquistou mais da metade do eleitorado, teve direito a eleger dois candidatos – e Hermelindo Castelo Branco ganhou a cadeira com a sensacional votação de nenhum voto.
     São casos como esse que podem acontecer no sistema proporcional. Se um candidato já tem votos suficientes para eleger-se, a sobra vai para outros candidatos de seu partido.
     Por ser complexo, o tema referente a Reforma Política ainda não chegou a um consenso por parte dos legisladores, que com seus partidos dividem-se diante das propostas apresentadas. Daí o motivo das agendas para votação da matéria serem constantemente adiadas, como aconteceu recentemente.
    
   
    


sexta-feira, 16 de março de 2012

COINCIDÊNCIAS?  JUSTAPOSIÇÕES? COISAS DA VIDA?
                                                                                          José Augusto de Castro e Costa
          Ao manusear dados relacionados a acontecimentos “ sui generis”  e imaginar-se  idealizar fatos considerados tanto quanto “fora do comum” ou  até mesmo estranhos,  está-se sujeito  a  não atrair muitas atenções, com a justificação de tratar-se de história de pescador. É o caso  de um boêmio, no auge da folia em um “botequim flutuante” num dos igarapés amazônicos. Ávido por um mergulho na água escura  e gélida que circundava o flutuante, logo após uma talagada correu e saltou de onde ele imaginava ser um tronco de árvore atracada com cordas na borda do botequim aquático.  Os companheiros, assustados, avisaram-no logo que boiou : ele pulou de cima de um jacaré-açu (cria da casa ) que, certamente já alimentado, nem mexeu-se. Muita gente não acredita, nisso! Mas ocorreu!
          Sabe-se que muitos fatos estranhos  ocorrem , como certas coincidências, justaposições... Como costuma-se dizer: coisas da vida!
          Com efeito, passemos a  fatos históricos, relacionados aos ex-Presidentes dos  Estados Unidos da América, ABRHAN  LINCOLN  e  JOHN  FITZGERALD  KENNEDY, que lém de curiosos, são estranhos  e  impressionantes.
          As informações que se seguem são verídicas e confiáveis:
1.       ABRAHAN  LINCOLN  foi eleito para o Congresso  americano em  1846
2.       KENNEDY  foi eleito para o mesmo Congresso em 1946
3.       LINCOLN  foi eleito Presidente do USA em 1860
4.       KENNEDY  foi eleito em 1960
5.       Os nomes  LINCOLN  e  KENNEDY são compostos de sete (7) letras.
6.       Os dois foram, em suas épocas, grandes defensores dos direitos do ser humano.
7.       As esposas de cada um perderam filho enquanto  moravam   na Casa Branca.
8.       LINCOLN e KENNEDY foram assassinados com uma bala na cabeça.
9.       Os dois perderam a vida em uma quarta-feira.
10.   A Secretária de LINCOLN chamava-se .... Kennedy
11.   A Secretária de KENNEDY chamava-se ....Lincoln
12.   Os dois presidentes foram assassinados por  “sulistas”
13.   Os dois tiveram como sucessor  um “sulista”
14.   Os  sucessores tinham o mesmo sobrenome, JOHNSON , composto de sete (7) letras.
15.   ANDREW  JOHNSON,  que sucedeu LINCOLN  nasceu em 1808
16.   LYNDEN  JOHNSON , que sucedeu KENNEDY, nasceu em 1908
17.   JOHN WILKES BOOTH, que assassinou  LINKOLN, nasceu em 1839
18.   LEE HARVEY OSWALD, que assassinou  KENNEDY, nasceu em 1939.
19.   Os dois assassinos era conhecimentos por seus três nomes.
20.   O total de letras do nome de cada um era 15.
21.   LINCOLN morreu dentro de um cinema denominado  Kennedy
22.   KENNEDY morreu dentro de um carro denominado LINCOLN
23.   John Wilkes Booth fugiu de um cinema e foi preso em um edifício
24.   Lee Harvey Oswald fugiu de um edifício e foi preso em um cinema
25.   Booth e Oswald foram assassinados antes do julgamento
    E note-se o mais surpreendente desses fatos:
- Uma semana antes de ser assassinado, LINCOLN estava de férias  em MONROE,        , Maryland.
-KENNEDY uma semana antes de ser assassinado estava de férias com Marylin MONROE.

Tudo isso parece uma  grande coincidência. Isso tudo  não passa de uma justaposição!
Será possível que este mundo seja guiado por força que, na realidade, não conhecemos, ou não queremos conhecer?
A verdade e a realidade tendem, provavelmente, parecer obscuras.  Contudo,  são fatos comprovadamente verídicos.  Existem verdade e realidade. A questão é: Por quem, por que .

sexta-feira, 9 de março de 2012

UMA BANDA COMPLETA DE MÚSICA
                               José Augusto de Castro e Costa

          O que impede a vida de se perder é ainda o pulsar no coração do ser humano  o sentido da  bondade, a crença  na possibilidade  da construção do bem-estar generalizado, a visão de um mundo melhor, onde da atmosfera respire-se o ar da generosidade, do bom-humor, da receptividade, da  justiça  e da beleza. Uma luz viva, através da audição, cintila na consciência com irresistível poder de atração. É uma das principais artes – a música !
           Executada  em coletividade ou de maneira solo a música abriga-se em todas as culturas , possuindo a capacidade de ilustrar,por sonoplastia, as reações dos seres vivos em seus respectivos ambientes.
         
          Há os conjuntos musicais dançantes (foto),  as orquestras de câmara, orquestras  sinfônicas, orquestras filarmônicas, orquestras de pau-e-corda e diversas outras  organizações musicais.  A foto acima é de um dos primeiros conjuntos musicais do Acre, exatamente o grupo que fez uma serenata por algumas ruas de Rio Branco, que ficou conhecida como “seresta de piano”, que contou, inclusive, com a participação do clarinetista Sandoval, com toda sua erudição, sisudez e circunspecção.
         A propósito, julga-se oportuno  lembrar  a diferença entre orquestra  sinfônica e orquestra filarmônica, de vez que  é normal que muita gente  não recorde.  A orquestra que é subsidiada  por empresas públicas e/ou  privadas  é denominada de sinfônica, enquanto que a filarmônica  subsiste  da filantropia, como sugere  sua raiz etimológica.
        A musica é a manifestação artística produzida pelo ser humano e guarda grande afinidade com a profissão militar, surgindo daí, a Banda de Música.  São as Bandas  de Música que, indubitavelmente, elevam o moral e o ânimo das pessoas e, por que não dizer, dos seres vivos.
          Desde os primórdios de nossa existência experimenta-se  a empolgação  advinda das Bandas de Música, as quais estendem-se, mais tarde, nas atividades escolares, nas paradas cívicas, no cotidiano da cidade, presente na maioria dos eventos – retretas, competições esportivas, procissões religiosas, quermesses, cortejos fúnebres...

          A Banda de Musica da antiga Guarda Territorial  já foi considerada, proporcionalmente, uma das melhores do Brasil, no gênero. Era formada por componentes possuidores do dom musical, a exemplo do que ocorreu no início da década de 50, com a inclusão de remanescentes do conjunto musical do exímio e respeitável Maestro Neves, vindo de Belém  e desfeito em Rio Branco, tais como Vitor e Sandoval, mestres dos metais de palhetas, entre outros que vieram juntar-se aos então sargentos Horácio, Roldão, Xolada, Souza, Zuza, Deca, Zé Paulo, Edmundo, Cleomenes, etc.etc.
         
          Eram artistas que, além de dominarem as partituras, improvisavam  variações musicais que enlevavam  o espírito, sobretudo quando regidos pelos não menos  excelentes Tenentes Zeca Torres e Belarmino.
          Mas estas características que destacavam-se como maravilhas da Banda de Musica de Rio Branco, só poderiam ter sido garimpadas (como joias) e agrupadas, por alguém de soberba sensibilidade musical  e elevado espírito de dedicação ao trabalho.
        Trata-se do Capitão Pedro Vasconcelos Filho, carinhosamente conhecido como Capitão Pedroca.  Ressalte-se  que além da música, o Capitão Pedroca  foi um exemplar profissional, destacando-se honrosamente em  várias frentes de trabalho, literalmente. Isto porque, sob seu encargo  foram construídos e concluídos “campos de aviação” nos principais municípios, além de Comandante da Força Pública em Cruzeiro do Sul, Xapurí e Brasiléia. Com efeito  lê-se  o texto de um telegrama, datado  de 20.10.40, redigido de próprio punho pelo Governador do Território do Acre de então, Epaminondas Martins, recomendando  ao Capitão Pedroca que “avião estah partindo para ahi  ignorando se pista em condições permitam aterrizar PT Esteja no campo momento chegada para qualquer advertência seja necessária PT Sauds PT Epaminondas Martins – Governador”.  Quando responsável pela Segurança Pública de Brasiléia recebeu, entre outros, telegramas  aflitos, como o textualmente a seguir: “.....elementos partido trabalhista queixam este juízo de que em Brasileia bandos criminosos prestigiados policia infestam cidade espalhando terror et ameaçando eleitorado vésperas pleito com propósito embaraçar exercício do voto. Convicto verdade eleitoral et preocupação governo solicito urgentes providencias contra semelhante atentado liberdades democráticas. CDS SDS (a) Rafael  Gondim Juiz Eleitoral 2ª Zona Xapuri PT JUSACRE”.
        Não obstante seus mais variados afazeres, Capitão Pedroca sempre encontrava tempo  para levar a efeito  o exercício da música. Consta que já nos idos de 1916, quando o Acre ainda vivia o período das Prefeituras Departamentais, o nosso bravo comandante, à frente da Companhia  Regional da Força de Defesa das Fronteiras, no Departamento do Alto Acre,  criava a  benfazeja Banda de Musica .
        Muitos de seus pupilos e mesmo os laicos, o público em geral  há alguns anos, tinham a atenção voltada ao noticiário oficial da Rádio Difusora Acreana, atraídos por um dobrado que antecedia  a voz marcante do não menos saudoso locutor  Índio do Brasil. O dobrado, intitulado  Canção do Soldado Acreano  era uma  contagiante e bonita composição do Capitão Pedro Vasconcelos  Filho, o nosso querido Capitão Pedroca.
        Potiguar de Ceará-Mirim, esse bravo brasileiro, órfão de pai e mãe, chegou  ao Acre no vigor de seus 19 anos de idade, já possuidor dos conhecimentos musicais e domínio dos instrumentos , tanto os de bocais quanto os de palhetas. Crises existenciais levaram-no, não propriamente ao Acre, mas para distante de Ceará-Mirim.  O perfume característico exalado das seringueiras (árvores) e a magia inebriante das águas do então rio Acre, alicerçaram-no, ao lado de d. Luciola,  em rincões acreanos, propiciando –nos desfrutar da simpatia de sua prole, nas pessoas de Zé Pedroca, Maria José, Dalva , Pedrito e as irresistíveis  gêmeas Maria Augusta e Maria Dirce.  À  ausência de Zé Pedroca,  todos ainda nos brindam, pessoalmente,  a memória  por seus destaques  indeléveis, quando ainda residiam no Acre, ressaltando-se Dalva, então Primeira Dama do Território e promotora de eventos  culturais e Pedrito, excelente e seguro arqueiro da meta do Rio Branco Futebol Clube e da Seleção Acreana, que certamente faria inveja a qualquer  Diego Cavagllieri.  Maria Augusta  e Maria Dirce,  irreverentes, por serem gêmeas  continuam  a esbanjar simpatias e prestimosidades  em dose dupla.
     Teria o valor diminuído a referência  à Banda de Música do Acre, sem fazer-se citação  à eficiência,  dedicação  e esforço  envidados pelo  eminente  Capitão Pedro Vasconcelos Filho, em fazer da nossa Banda de Musica, um dos orgulhos do povo acreano.
      Sabe-se que alguns seres humanos consagram suas existências ao bem, à luta a favor da nobreza e do sonho de um tempo menos infeliz para a civilização. Capitão Pedroca, ou respeitosamente, Capitão Pedro Vasconcelos Filho, em meio a uma vida de provações – de derrotas e vitórias, faz parte dessa linhagem de homens que dedicam o melhor de si à vida. Seu itinerário existencial e seu trabalho são um testemunho vívido desse compromisso.

segunda-feira, 5 de março de 2012


BREVE MEMORIAL DO ACRE
José Augusto de Castro e Costa
Denomino-me Estado do Acre, sou parte integrante da República do Brasil, exerço em meu território os poderes decorrentes de minha autonomia e regulo-me por minha própria Constituição.
Meus limites são definidos no Tratado de Petrópolis de 17.11.1903, no Tratado do Rio de Janeiro de 1909 e reconhecidos no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.
O processo que me integrou ao Brasil é, verdadeiramente, um dos mais sugestivos ocorridos neste continente. Pensavam transformar-me em colônia, da mesma forma que a Ásia e a África, não fosse a firmeza e tino político de Assis Brasil, ministro brasileiro em Washington, em não aceitar veementemente o "Bolivian Syndicate". Aliás, devo salientar, que todas as questões de fronteiras que o Brasil sustentou com seus vizinhos foram limpas - por isso é que as venceu com dignidade.
Para conquistar-me os brasileiros travaram uma verdadeira odisséia contra os bolivianos. É bem verdade que estes vizinhos enfrentaram capítulos mais dramáticos da História Sul Americana que os brasileiros. Sacrifício, estoicismo, desgraça... marcaram, em grau elevado, as expedições militares saidas de La Paz. E não foi somente a guerra a causadora de tantos males. O impaludismo, as disenterias e o beribéri também fizeram muitas vítimas,  Os brasileiros de igual modo sofreram muito os efeitos letais da região nova e agressivamente selvagem. O diferencial residia em lutar na sua própria casa, já adaptados às implacáveis condições do meio-ambiente.
Como por dádiva, sou significativo exemplo da unidade            que orientou a formação social do Brasil, isto talvez pela afluência de amazonenses, cearenses, pernambucanos, gaúchos,  sírios e libaneses que a mim acorreram. Não obstante as distâncias imensas do sul e ainda ser vizinho de peruanos e bolivianos, mantenho-me integralmente brasileiro na língua, nos costumes e nos sentimentos. Todas as populações que para mim se dirigiram permaneceram brasileiríssimas.
Logo após conquistar-me, o governo brasileiro organizou-me em três Departamentos Autônomos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruá.
Encerrada a odisséia da conquista e consequentemente após ingressar-me em vida nova, o Cel. Plácido de Castro, meu conquistador,  viajou a capital da República, objetivando prestar contas de seus atos enquanto Governador do Acre Medidional, passando às mãos do estadista que promovera a paz e alargara as fronteiras físicas da Nação, Barão de Rio Branco, o relatório referente ao seu governo, durante a vigência do "modus vivendi".
Ao final da segunda década do século XX, as revoltas, as lutas por autonomia e até muitos desmandos, intrigas, perseguições, atentados e assassinatos atingiram níveis absurdamente acentuados em todas as prefeituras acreanas. Servindo-se da Reforma Política de 1920, tais repartições foram unificadas, tendo sido escolhida a cidade de Rio Branco (antiga Empresa) para sediar a minha capital.
Minha História é uma das mais bonitas e tenho sentido orgulho de muitos filhos que têm-se destacado e elevado meu nome. A propósito, percebo que há um traço de psicologia social que caracteriza alguns filhos meus: são um tanto quanto esquecidos - displicentes. Quero dizer que meus maiores filhos e benfeitores mortos têm suas ações heróicas e lucubrações intelectuais, os seus rasgos de caráter, as suas valentias morais e cívicas e as suas grandezas de corações deslembrados e olvidados com uma rapidez inacreditável e indesculpável apreço. Não lhes importa se esses grandes ausentes lhes tenham assegurado o prestígio nas ciências e nas letras, na música, no magistério, na justiça, na política e na administração, levando meu nome, majestosa e alvissareiramente, pelo futuro adiante.
Poucos sabem que após a minha unificação como Território, meu primeiro Governador foi Dr. Epaminondas Jácome. Quase ninguém sabe que foi o advogado e ex-intendente de Manaus, Dr. Hugo Ribeiro Carneiro, meu quarto Governador, quem construiu em Rio Branco as primeiras edificações em alvenaria, quais sejam: o Palácio do Governo, os três blocos do Quartel da Policia Militar e o primeiro Mercado Municipal, além de trazer-me a primeira agência do Banco do Brasil. Em Xapuri,  a primeira Maternidade.
 Pouquíssimos sabem que foi o Cel. José Guiomad dos Santos que começou a promover à minha modernidade ao providenciar a pavimentação das ruas de minha capital e dos meus municípios, concluiu  obras inacabadas em Rio Branco e no interior,  deu início à pesquisa  e a plantação das primeiras monoculturas na Fazenda Sobral, na Estação Experimental e Aviário, como também, impulsionou a educação e a saúde construindo escolas e hospitais para atender à população. Foi dele o Projeto de Lei que assegurou à Elevação do Acre a Estado,  em 15 de junho de 1962.
 Poucos sabem que foi o último governador do Território do Acre, o Eng. Agrônomo José Rui da Silveira Lino quem promoveu o Enquadramento dos Funcionários Públicos do ex-Território do Acre, efetivando-os e garantindo-lhes honrosa estabilidade,  assegurando-lhes todos os direitos oferecidos aos Funcionários Públicos Civis da União (Lei nº 1.711 de 28.10.52) e outorgando-lhes dignidade e cidadania.
São poucos os que têm conhecimento de que foi o primeiro governador eleito do Estado do Acre ,o Prof. José Augusto de Araújo, possuíndo um eficiente Programa de Governo que dava prioridades para a educação, para o desenvolvimento econômico e energético e para a minha integração nacional através de rodovias. Poucos sabem, que José Augusto foi atingido pelo golpe militar de 1964, com apenas um ano e dois meses de mandato, em razão de intrigas, invejas, injúrias, mentiras e falsidades, adicionadas a indecisões e vacilações. Esse jovem de 32 anos foi compelido a renunciar, abortando um governo promissor, diante de uma parcela de pessoas pávidas e trépidas, auxiliares contristados e o povo  acreano atônito  e surpreso.
Finalizando, manifesto até certas dúvidas  acerca de quantos são aqueles que lembram que foi o atual senador Jorge Viana quando meu governador, que projetou-me com relevante destaque no cenário nacional, devolvendo-me o respeito e auto-estima, salientando-me os dotes do progresso eminente, com notado desenvolvimento em todos os prismas, trocando-me a roupagem ao inserir-me na modernidade arquitetônica, na urbanização das minhas cidades, sobretudo na minha capital, conservando-me o espírito, refletido no cotidiano do meu povo simpático, bem humorado e hospitaleiro.
Eu, de minha parte, espero  sinceramente, que cada acreano tenha o peito repleto de "nobreza, constancia e valor", como sugere desde de 1903, o honroso jovem médico, ex-combatente de Plácido de Castro e poeta alagoano Francisco Mangabeira, num dia de repouso no Seringal Catapará.





 

sexta-feira, 2 de março de 2012

UMA ADAPTAÇÃO APÓS QUARENTA ANOS

Jamais deixei de te amar...
Depois de tanto tempo
Não te quero mais...
Estaria mentindo se dissesse que
Ainda te amo
Como sempre te quis
Tinha certeza de que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim
Que você nunca existiu,
Não posso mais dizer
Que ainda guardo lembrança
Sinto cada vez mais forte
Como um espaço vazio e marcante
Não recordo mais de ti
Não direi mais a frase:
Eu te amo
É tarde demais
Sinto, não posso esconder.

(Na verdade, eu desejaria que você lê-se o que está escrito, de baixo para cima).

quinta-feira, 1 de março de 2012

Introdução de Blog

       Às vistas, um Blog simples porém decente.
        Trata-se, em princípio, de uma atividade literária diversificada, na qual  serão encontrados crônicas, poesias, curiosidades, comentários e informações generalizadas.
        A denominação FELICIDACRE está, evidentemente, relacionada à felicidade e ao estado acreano, onde situa-se o berço natal do blogueiro.
         A Felicidade pertinente ao Blogger não prende-se tão somente "a não passar da mesma idade", ou buscar o sucessos se suceda sucessivamente sem cessar, mas sobremaneira por ser, de fato, aquele estado de espírito que todos almejamos no qual poderia-se conjugar os verbos Ser e Ter antecendo os mais cobiçados objetos diretos. Por esse prisma, poderia chamar-se Felicidadela ou Felicidadão. Assim, achou-se de bom alvitre juntar-se o Acre à ventura, ao contentamento, à sorte.
        Em linhas gerais sabe-se que felicidade é qualidade ou estado de feliz. Os lexicógrafos parecem nã darem-se conta de que feliz também é uma circunstância. Ou seja, felicidade por ser estado de feliz, será então, estado de estado, ou estado de uma circunstancia. E, na verdade, é isto mesmo.Felicidade  é um estado de espírito, portanto exprime ação de Estar, por ser temporário. Mais cedo ou mais tarde a circunstancia muda, embora retorne depois. É o tal do Ser e Tempo do Heidegger (Matin Heidegger).
      Ser é um verbo e sabe-se que verbo é a palavrsa que exprime ação e estado. Tempo modifica o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, isto é, altera o estado, a qualidade e o próprio tempo. É como o Jamelão diz num samba: "Eu agora sou feliz... Eu agora vivo em paz..."
     Mas este Blogger não é para aulas de sintaxe. É para expressar meus sentimentos, minhas opiniões, o que faço com a maior satisfação.
       Até a próxima vista!